domingo, 4 de outubro de 2009

EXÚS CONTINUAÇÃO...

  • BREVE RESUMO DE OUTROS EXUS QUE NÃO DEIXAM DE SER IMPORTANTES

Exu Angola – Que pertence ao povo das Almas do Cativeiro

Exu Cobra Preta – Pertence ao povo das Cobras que trabalha dentro do Reino das Matas.

Exu Come-Fogo – Ronda nas cercanias dos crematórios e pertence ao povo do forno. Exu Coquinho dos Infernos – Que integra o grupo do Povo dos Infernos (dentro do Reino da Lira)

Exu da Estrada – Que trabalha nas rotas e estradas (povo do Cruzeiro da Rua)

Exu da Lama – Tem a incumbência onde há incêndios e faz parte do Povo do Forno.

Exu Dalva – Pertence ao Povo do Cruzeiro do Espaço. Gosta de trabalhar quando está amanhecendo e recebe as oferendas em terrenos abertos.

Exu do Ar - Trabalha sob o comando de Exu dos Ventos. Exu Formiga – Pertence ao Povo das Campinas, mora perto dos formigueiros onde procura um de seus alimentos prediletos: as formigas.

Exu Gato – Prefere trabalhar nas encruzilhadas dos montes.

Exu Gererê – Trabalha dentro do mar, pertence ao povo dos pescadores, de fato, seu nome significa “red” em linguagem banto.

Exu Hora-Grande – Outro tipo de nome que se usa para referir-se a Exu Meia-Noite.

Exu Kolobô - Que trabalha nos cemitérios e ataca condolências, pertence ao povo das mirongas. Exu Lalu – Trabalha nas encruzilhadas da praia sob as ordens de Exu Mirim.

Exu Limpa-Trilhos – Trabalha nas vias de trem abrindo os caminhos, pertence ao povo da Encruzilhada de Trilhos e seu chefe direto é o Exu Marabô.

Exu Mangue – Vive nos mangues. Exu do Pantanal - pertence ao povo do Lodo.

Exu Pinga-Fogo – Que pertence ao povo dos Fornos ou do Fogo (povo do fogo material)

Exu Relâmpago – Trabalha no povo da Encruzilhada do Espaço (pontos cardinais), sob as ordens de Seu Sete Gargalhadas.

Exu Sete Horas – Que pertence ao povo do Cruzeiro do Espaço.

Exu Tira-Tôco – Trabalha nos montes de Eucaliptos a beiradas do mar. Pertence ao povo da mata da praia.

Exu Tranca-Gira – Trabalha nos cruzeiros sob as ordens de Exu Tranca Tudo.

Pombagira da Terra – Trabalha nos cemitérios. Pombagira Rosária – Trabalha nos mercados e feiras. Pombagira Sete Folhas - Pertence ao povo das árvores e trabalha na entrada dos montes.

OFERECEMOS TAMBÉM A SEGUINTE LISTA:

Exu Aleba, Exu Apavenã ,Exu Banzé, Exu Bara, Exu Bauru ,Exu Boca de Fogo ,Exu Caçamba Exu Candô ,Exu Casamenteiro ,Exu Chico Preto ,Exu da Figueira, Exu da Guiné ,Exu da Laranjeira ,Exu da Limeira ,Exu do Congo ,Exu do Mar, Exu Espeto ,Exu Folha Seca ,Exu Gibóia Exu João Caveira ,Exu João da Bahia ,Exu João das Almas ,Exu João Kalunga, Exu João Mandinga ,Exu João Mironga ,Exu João Pepeu, Exu Laborê ,Exu Loá ,Exu Lofe ,Exu Lonã Exu Madeiro ,Exu Maiô ,Exu Mareiro, Exu Maromba ,Exu Marujo, Exu Matança, Exu Miloá ,Exu Mirô ,Exu Olho Grande, Exu Panteira ,Exu Pedra roxa ,Exu Pena de Coruja ,Exu Pena de Urubu Exu Pena Preta, Exu Pimenta ,Exu Rebolo ,Exu Serapião ,Exu Sete Baforadas, Exu Sete Dias ,Exu Sete Facas, Exu Sete Montes ,Exu Sete Pregos ,Exu Tata Ndaí Exu Tatalá ,Exu Tatu ,Exu Tibiri ,Exu Tira-Teima ,Exu Toquinho, Exu Treme Terra, Exu Três Encruzilhadas da Perdição, Exu Três Penas ,Exu Tronco ,Exu Tronqueira ,Exu Trovoada ,Exu Tuniquinho ,Pombagira Akiesan Pombagira Aruá Pombagira Carangola Pombagira da Lomba Pombagira das Cachoeiras ,Pombagira das Cobras Pombagira das Flores ,Pombagira de Belém Pombagira de Maceió ,Pombagira de Mafia (da Ilha de Mafia na África), Pombagira de Pemba (da Ilha de Pemba naÁfrica) Pombagira Detê, Pombagira do Bananal ,Pombagira do Jardim ,Pombagira do Luar, Pombagira do Oriente, Pombagira do Rio ,Pombagira do Sol e da Lua Pombagira Ganzá Pombagira Kirombô Pombagira Maleva ,Pombagira Maria Alagoana (de Alagoas) Pombagira Maria Bahiana (da Bahia) Pombagira Maria Colodina, Pombagira Maria da Praia Pombagira Maria das Almas Pombagira Maria de Minas (de Minas), Pombagira Maria Farrapos Pombagira Maria Lixeira Pombagira Maria Mulambo ,Pombagira Maria Navalha ,Pombagira Maria Quitéria Pombagira Maria Rosa ,Pombagira Maria Tunica Pombagira Moça Bonita ,Pombagira Mundana ,Pombagira Rosa Amarela, Pombagira Rosa Caveira ,Pombagira Rosa Preta ,Pombagira Rosa Roxa Pombagira Rosinha, Pombagira Sete Chocalhos ,Pombagira Sete Cores ,Pombagira Sete Estrelas ,Pombagira Sete Maridos Pombagira Sete Ondas Pombagira Sete Saias

EXU

Em cada reino existem 9 povos, sendo um total de 63 povos de Exu. A seguir oferecemos uma lista com os povos que pertencem a cada reino:

REINO DAS ENCRUZILHADAS.
1) Povo da Encruzilhada da Rua - Chefe Exu Tranca-Ruas
2) Povo da Encruzilhada da Lira - Chefe Exu Sete Encruzilhadas
3) Povo da Encruzilhada da Lomba - Chefe Exu das Almas
4) Povo da Encruzilhada dos Trilhos- Chefe Exu Marabô
5) Povo da Encruzilhada da Mata - Chefe Exu Tiriri.
6) Povo da Encruzilhada da Kalunga - Chefe Exu Veludo
7) Povo da Encruzilhada da Praça - Chefe Exu Morcego
8) Povo da Encruzilhada do Espaço - Chefe Exu Sete Gargalhadas
9) Povo da Encruzilhada da Praia - Chefe Exu Mirim.

REINO DOS CRUZEIROS
1) Povo do Cruzeiro da Rua - Chefe Exu Tranca Tudo
2) Povo do Cruzeiro da Praza - Chefe Exu Kirombó
3) Povo do Cruzeiro da Lira - Chefe Exu Sete Cruzeiros
4) Povo do Cruzeiro da Mata - Chefe Exu Mangueira
5) Povo do Cruzeiro da Kalunga - Chefe Exu Kaminaloá
6) Povo do Cruzeiro das Almas - Chefe Exu Sete Cruzes
7) Povo do Cruzeiro do Espaço - Chefe Exu 7 Portas
8) Povo do Cruzeiro da Praia - Chefe Exu Meia Noite
9) Povo do Cruzeiro do Mar - Chefe Exu Kalunga (Kalunga grande

REINO DAS MATAS
1) Povo das Árvores - Chefe Exu Quebra Galho
2) Povo dos Parques - Chefe Exu das Sombras
3) Povo da Mata da Praia - Chefe Exu das Matas
4) Povo das Campinas - Chefe Exu das Campinas
5) Povo das Serranias - Chefe Exu da Serra Negra
6) Povo das Minas - Chefe Exu Sete Pedras
7) Povo das Cobras - Chefe Exu Sete Cobras
8) Povo das Flores - Chefe Exu do Cheiro
9) Povo da Sementeira - Chefe Exu Arranca Tôco

REINO DA KALUNGA
1) Povo das Portas da Kalunga.- Chefe Exu Porteira
2) Povo das Tumbas.- Chefe Exu Sete Tumbas
3) Povo das Catacumbas.- Chefe Exu Sete Catacumbas
4) Povo dos Fornos.- Chefe Exu da Brasa
5) Povo das Caveiras.- Chefe Exu Caveira
6) Povo da Mata da Kalunga.- Chefe Exu Kalunga (conhecido também como Exu dos Cemitérios) 7) Povo da Lomba da Kalunga.- Chefe Exu Corcunda
8) Povo das Covas - Chefe Exu Sete Covas
9) Povo das Mirongas e Trevas - Chefe Exu Capa Preta (conhecido também como Exu Mironga)

REINO DAS ALMAS
1) Povo das Almas da Lomba - Chefe Exu 7 Lombas.
2) Povo das Almas do Cativeiro- Chefe Exu Pemba.
3) Povo das Almas do Velório- Chefe Exu Marabá.
4) Povo das Almas dos Hospitais - Chefe Exu Curadô
5) Povo das Almas da Praia - Chefe Exu Giramundo.
6) Povo das Almas das Igrejas e Templos .- Chefe Exu Nove Luzes .
7) Povo das Almas do Mato - Chefe Exu 7 Montanhas.
8) Povo das Almas da Kalunga - Chefe Exu Tatá Caveira.
9) Povo das Almas do Oriente - Chefe Exu 7 Poeiras.

REINO DA LIRA
1) Povo dos Infernos - Chefiado por Exu dos Infernos
2) Povo dos Cabarés - Chefiado por Exu do Cabaré
3) Povo da Lira - Chefiado por Exu Sete Liras
4) Povo dos Ciganos - Chefiado por Exu Cigano
5) Povo do Oriente - Chefiado por Exu Pagão
6) Povo dos Malandros - Chefiado por Exu Zé Pelintra
7) Povo do Lixo - Chefiado por Exu Ganga
8) Povo do Luar - Chefiado por Exu Malé
9) Povo do Comércio - Chefiado por Exu Chama Dinheiro

REINO DA PRAIA.
1) Povo dos Rios - Chefiado por Exu dos Rios.
2) Povo das Cachoeiras - Chefiado por Exu das Cachoeiras.
3) Povo da Pedreira - Chefiado por Exu da Pedra Preta.
4) Povo do Marinheiros - Chefiado por Exu Marinheiro.
5) Povo do Mar - Chefiado por Exu Maré.
6) Povo do Lodo - Chefiado por Exu do Lodo.
7) Povo dos Bahianos - Chefiado por Exu Bahiano.
8) Povo dos Ventos - Chefiado por Exu dos Ventos
9) Povo da Ilha.- Chefiado por Exu do Côco.

HISTÓRIA DE EXÚ
















ExusNa corte astral, celestial, havia um anjo chamado Lúcifer, Anjo Belo, o primeiro dos querubins, com grandes poderes e conhecimentos.Estranhos sentimentos, orgulho e vaidade, penetraram em seu coração, fazendo com eu conspirasse contra Deus, querendo o lugar do Altíssimo.Conseguiu o, o Anjo Belo arrebatar uma legião de anjos para o combate causando assim uma revolta celeste.Sendo derrotado, o Anjo Belo, e obtendo assim a ira de Deus foi expulso e foi obrigado a levar a sua legião consigo.Chamado de Satanás (adversário do Pai) e também de Exus (traidor do Povo) pelo Pai Criador.Seu Belo, Satanás, Exu, Diabo, Capeta, o Cão, Demônio, são algumas formas de chamamento de seu Lúcifer o rei das Trevas, do mal, porém sua falange é organizada com muito rigor e dureza.
“Exú que tem duas cabeças,
mas ele olha sua gira com fé;
uma é satanás do inferno;
e a outra é de Jesus Nazaré.”
Assim como na Santíssima Trindade, as três manifestações do Altíssimo são:
Pai – Obatalá;
Filho – Oxalá;
Espírito Santo – Ifá.
Sua Alteza Lúcifer, também apresenta-se numa Trindade, comandando o reino dos Exus, sendo:
Lúcifer, Béelzebuth; Aschtaroth.
Lúcifer comandante supremo, dá-se o direito de apresentar-se da maneira que desejar.Trajando capa preta com forro vermelho, possui dois chifres (cornos), é um autêntico cavalheiro, adora bebidas finas e bons charutos, apresentando-se sempre acompanhado de Pombo-Gira, possuindo dois auxiliares, Marabô (Put Satanakia) e Mangueira (Agalieraps).
Béelzebuth, apresenta-se com formas monstruosas de bode ou bezerro, possuindo dois auxiliares, tranca-Ruas (Tarshimache) e Tiriri (Fleruti).
Aschtaroth, Exu das sete Encruzilhadas, apresenta-se na forma de um homem normal muito bem vestido, dominando os caminhos que se cruzam, possuindo dois auxiliares, Veludo (Sagathana) e Exu dos Rios (Nesbiros).
Organograma do Reino dos Exus
Marabô - (Put Satanakia) - é determinado a esse Exú, a fiscalização do plano físico, distribuindo ordens aod seus comandados. Apresenta-se como um autêntico cavalheiro, dominando o francês, apreciando bebidas finas e os melhores charutos. Exú de gênio muito difícil, raramente apresenta-se em terreiros. (Ponto Riscado - Organograma)
Exú Mangueira - (Agalieraps) - Muito confundido com Marabô, salvo pelo fato de quando está sendo incorporado expele o cheiro forte de enxofre, também de gênio muito dificil, é necessário recorrer a Entidades Superiores para sua retirada.(Ponto Riscado - Organograma)
Exú Tranca-Ruas - (Tarchimache) - grandioso Exú. Todo terreiro deverá solicitar seus valorosos trabalhos antes de começar as seções. Sendo solicitado, guardará as porteiras dos terreiros com sua falange, contra os Quiumbas (Espíritos Obcesores). Guardião dos recintos onde se pretica a Alta Magia, como na Umbanda. Devemos saudar a este Grande Exú. É conhecido também como tranca Rua das Almas e Tranca Ruas de Embaé. (Ponto Riscado - Organograma)
Exú Tiriri - (Fleruty) - de grande força para despachar trabalhos nas encruzilhadas, matas, rios, apresentando-se como um homem preto com deformação facial. (Ponto Riscado - Organograma)
Exú Veludo - (Sagathana) - bastante evocado na Quimbanda, principalmente na Magia Negra, atendendo com rapidez a quem recorre a sua proteção. Apresenta-se como um fino cavalheiro muito bem vestido, curiando bons conhaques e fumando bons charutos. sua presença é facilmente notada, pois possui "pés de cabra", gostando de trabalhar com "as moças".(Ponto Riscado - Organograma)
Exú dos Rios - (Nesbiros) - companheiro de Veludo, domina as margens dos rios e é confundido com um Caboclo de Penas, porém, usa vestimentas de penas negras e apresentando também, chifre. Comanda a Linha Mixta da Quimbanda.(Ponto Riscado - Organograma)
Exú Calunga - (Syrach) - comanda uma falange de 18 Exús, apresentando-se como um anão. Também chamado de Gnomo, Calunguinha, Duende ou Saci. Comanda mais quinze outros Exús, que são: Quebra-Galho, Pombo-Gira, Tranqueira, Sete Poeiras, Gira Mundo, Das Matas, Dos Cemitérios, Morcêgo, Sete Portas, Sombra, Tranca Tudo, Pera negra, Capa preta e Marabá. (Ponto Riscado - Organograma)
Exú Omulú - Meu Pai, Atotô, Meu Pai! No culto nagô é chamado de Abaluaiê ou Abaluaê. Senhor Supremo dos Cemitérios (Calunga menor), incumbido de zelar pelos mortos ali enterrados. Apresentando-se nos terreiros coberto por um lençol ou toalha branca, tendo que ser levantado por médium de muita firmeza. Comandando uma das mais poderosas Linhas da Quimbanda, a Linha das Almas. Senhor de um grande poder, comparado apenas ao Maioral, "Seo Lúcifer". Quando solicitado, trabalha para minimizar o sofrimento dos filhos, recebendo obrigações, presentes e solicitações no cruzeiro do cemitério. possuindo dois grandes colaboradores, Exu Caveira e Exu da Meia-Noite. (Ponto Riscado - Organograma)
Oxalá Meu PaiTem pena de nós,
tem dó A volta do mundo é grandeSeu poder ainda é maior!
Atotô Meu Pai, Agô!
Exú Caveira - (Sergulath) - auxiliar direto de Exú Omulú, seu braço direito, é o guardião das porteiras dos cemitérios, onde devemos salvar seu Caveira. Transmite muito medo e respeito, nas seções e nas entregas. Apresenta-se com seu rosto na forma de uma caveira, não tendo hora certa para se apresentar, sendo por volta da meia-noite, o costumeiro. Lidera e tem sob seu comando sete Exús, a saber: Tata Caveira, Brasa, Pemba, Maré, Carangola, Arranca-Toco e Pagão. Além desses, comanda também Exú do Cheiro (Cheiroso) - (Aglasis) - que tem sob sua guarda outros quarenta e nove Exús. (Ponto Riscado) - Organograma)
Exú da Meia-Noite (Hael) - especialista nas forças ocultas, decifrador de quaisquer idiomas ou letras, apresenta-se de capa preta e seus inconfundíveis olhos de fogo e pés de cabra. Seu horário é a meia-noite daí seu nome, neste momento, não se encerram as seções nos terreiros, pois Hael está de ronda. Dizem que São Cipriano, aprendeu de Hael tudo qe sabia em relação a Alta Magia, (Livro da Capa Preta). Lidera também sete Exús: Mirim, Pimenta, Malé, Sete Montanhas, Ganga, Kaminaloá e Quirombô. Comanda ainda o Exú Curadô (Meramael). (Ponto Riscado - Organograma)

História do Candomblé

O candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintas os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste. Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios. O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo.È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.
Origem do Candomblé: IféA antiga cidade de Ifé, ao sudoeste da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubas. A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota(argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em perola. Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaneceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta. Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que Possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado. A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas:

- BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 Há. Ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza.

- BOSQUETE SAGRADO D’IWINRIN: encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente realista e refinada. Uma delas é de um personagem com 1,60 m de altura, sentado num banco redondo, esculpido em quartzo e provido com um braço curvado para dentro em forma de anel. Apóia o braço em um tamborete retângulo com quatro pés, sendo ladeado por dois outros de igual tamanho natural, um dos quais tem na mão a extremidade de uma vestimenta cortada.Supõe-se que o artista tenha manuseado a argila crua em separação. Depois de concluído foi seca ao sol e cozida numa imensa fogueira ao ar livre, obtendo uma terracota de cor uniforme.

- BOSQUTE SAGRADO OSONGONGO: os arqueólogos descobriram uma variedade de esculturas de argila cozida e a maior parte de uma mesa micácea. Entre elas está a cabeça da própria OSONGOGON, porém menos refinada do que a de LAJUWA.Ao lado desta escultura, há numerosas outras representando personagens com deformações físicas, uma delas com elefantíase nos testículos (doença ligada intimamente ao espírito dos negros e à impotência sexual), objeto de tratamento com rituais especiais. Nos funerais, a liturgia era feita por um sacerdote da antiga sociedade ORO, tida aos “ocidentalizados” como forma monstruosa. O principal achado e o vaso do ritual destes funerais, decorado em relevo. Revela certos ritos e insígnias religiosas de Ifé. Vêem-se com os efeitos: Edans (bastões de bronze, utilizados pelos membros da Sociedade OGBONIS na cerimônia secreta), um bastão de ritual com uma espécie de espiral saliente em ambos os lados, um tambor, um objeto com dois crânios na base, um machado e dois personagens sem cabeças.

- BOSQUESTE SAGRADOS DE ORE: possue abundantes esculturas de homens e animais. O grupo principal é constituído de duas estátuas humanas, a maior é chamada IDENA, o porteiro. IDENA usa um colar de perolas (contas), diferente dos demais usados em estátuas de terracota. Na cintura ostenta um laço e tem as mãos entrelaçadas. A cabeleira não é esculpida, mas representada por pregos de ferro fincados, como acontece na arte de Ifé. -BOSQUETE SAGRADO DE ORODI: encontra-se nele uma estátua de pedra com a cabeça e o corpo enfeitado com pregos, similares aos que ornam Idena. Tem na mão direita uma espada e na esquerda um abano. Está situada em Enshure, província do Ado Ekiti.
Criação do Reino de IféO grande Deus Olodumaré enviou Osalufã (orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um cmaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ultimo, colocaria o camaleão para saber se estava firme. Osalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Essú antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá Funfun, Oxalufã se achava acima de todos e sendo assim, negligenciou a oferenda. Essú descontente , resolveu vingar-se de Osalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo alternativa Osalufã furou com seu Apaasoro o tronco de uma palmeira. Um líquido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo. Olodumaré, vendo que Osalufã, não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Osalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo. Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos. Apesar do erro cometido, uma nov chance foi dada a Osalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigíveis, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros. Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados Osalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insuflados com vida por Olodumaré. Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Osalufã. O ultimo foi derrotado e então Odùdùwa tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para criar novos e vários reinos fora de Ifé. Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedido aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca.

Ao contrario do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que faz o pedido. O povo continua fazendo oferendas aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas. O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se encontra em toda parte: no numero de búzios, no númerode chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicos e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica.

Texto retirado da Revista Orixás o Segredo da Vida.;nº 1 -

Qualidades de Santos (Orixás). 4ª Parte

Esse texto é a continuação das multiplicidades dos orisas que vem sendo analisado em publicações anteriores. É um assunto que não pretende esgotar os vários pontos de vista, porém, segundo os "antigos' e, mais de 25 anos de pesquisas em quase todos estados do país, chegamos a essa conclusão. O CCOO sugere o acompanhamento das matérias anteriores, para que os leitores acompanhem desde o início. Seguindo a ordem vamos citar o orisa Ode/Osossi. Há uma síntese sobre esse orisa na edição anterior, eis então suas várias formas de se apresentar:Osossi akeran = um titulo do orisa;Ossosi Nikati = um de seus nomes;Osossi Golomi = um de seus nomes;Ossosi fomin = um de seus nomes;Ossosi Ibo = um de seus mitos o liga a Ossain;Ossosi Onipapo = um dos antigos, tem culto a mais de um século no país;Ossosi Orisambo = possui seu assentamento diferente dos demais;Ossosi Echeui/Echeue = seu mito o liga a Ossayn e as vezes a Osalá segundo os "antigos";Osossi Arole = uns de seus epítetos;Ossosi Obaunlu = segundo registro há um assentamento deste orisa aqui no Brasil desde 1616 no ase de D.Olga de alaketu, é considerado o patrono de ketu;Ossosi Beno = um dos mais antigos, detalhe tem assento aqui em São Paulo, cidade considerada emergente para tradições do candomblé Keto, com poucas casas antigas.Ossosi DanaDana = aquele que ateou fogo ou roubou, um epíteto dos mais perigosos dado ao caçador.Ode Wawa = epíteto do caçador;não se tem notícia do seu culto no Brasil;Ode Wale = epíteto do caçador, não se tem notícia de seu culto no Brasil;Ode Oregbeule = é um Irunmale, portanto acima do orisa foi um dos companheiros de Odudua em sua chegada na terra segundo sua mitologia;Ode Otin = outro caçador confundido com Ossosi, sua lenda o identifica ora como uma caçadora ora como um caçador, contudo sua ligação com Ossosi é fato, Otin se apresenta sempre junto com ele a ponto de confundi-los;Ode Karo = um do caçadores que também mora as margens de um rio é irmão de iguidinile.Ode Ologunede = o chefe de guerra de Ede, titulo ganhado quando seu pai o entregou aos cuidados de Ogún;Olo = senhor, gun = guerra, Ede = um lugar na áfrica.É filho de um outro caçador chamado Erinle tendo como mãe Osún Iponda. O posto de asogun, a priori, surge desse mito que o liga a Ogún companheiro de seu pai.Possui outros nomes como Omo Alade, ou seja, o príncipe coroado. Não há qualidades de Logun como acreditam alguns tais como locibain, aro aro, etc., são apenas nomes tirados de cânticos, aliás aro quer dizer tanta coisa menos nome de orisa. O nome Ibain é de um outro caçador homenageado nos cânticos de Ologun, esse caçador inclusive é o verdadeiro proprietário dos chifres tão importantes no culto. Oba L`Oge é um outro nome para esse orisa. É da região de Ijesa;Ode Erinle = outro caçador confundido com Osossi no Brasil. Seu assento é completamente diferente dos demais, pois Erinle ou Inle é um orisa do rio do mesmo nome, o rio Erinle que corta a região de Ilobu na Nigéria. Encontra-se seus mitos no odu Okaran-Ogbe e Odi-Obara. Sua esposa é Abatan pois é considerado médico e ela enfermeira, seu culto antecede o de Ossayn, o pássaro os representam. Ibojuto é a sua própria reencarnação representado pelo bastão que vai em seu assentamento e tem a mesma importância do Ofa de Ossosi.Tem uma filha chamada Aguta que às vezes se apresenta como irmã ou como filha sendo sua mãe Ainan. Ode Otin se apresenta como sua filha, às vezes e ai é representado por uma enguia. Ainda temos Boiko como seu guardião, Asão seu amigo e Jobis seu ajudante. No Brasil o ligam a Osún e a Iyemanja pois segundo sua lenda é pela boca dela que ele fala, Erinle é um orisa andrógino e considerado o mais belo dos caçadores;Ode Ibualama = uma outra versão para Erinle quando ele se apresenta mais ao fundo do rio, há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. Aliás há vários templos mas todos são de um orisa só: Erinle nessa situação o caçador traça um outro caminho e pactua seus mitos com Omolu, Osumare, Nana,etc. A montagem de seu Igba (cuia) também difere de um simples alguidar com um ofa para cima como é comum as pessoas não esclarecidas assim fazer.

ERVAS DE SANTOS 2º PARTE


Ervas de Ewá
Teteregun / Cana do Brejo: Planta utilizada em obrigações de cabeça, ebori e banhos dos filhos. Excelente diurético, ajuda a eliminar pedras na bexiga, sífilis e inflamações nos rins. Ainda combate a arteriosclerose. A raiz em pó serve de cataplasma para hérnias, inchaços e contusões.
Ojuorô / Alface d’água / Erva-de-santa-luzia: Utilizada nas obrigações de ori e feitura de santo Tem uso medicinal como anti-sifilítica, antiasmática, anti disentérica, antiartrítica, anti-herpética, anti-hemorroidária, anti diabética, desinflamatória de erisipela, diurético, emoliente, expectorante, maturativa.
Arrozinho / Barba-de-S Pedro: Aplicada nas obrigações de cabeça, nos abô de uso geral e nos banhos de purificação e limpeza dos filhos. Na medicina popular é indicada como amaciante da pele, anti-inflamatório, diurético, expectorante, laxante, vomitiva.
Golfo de flor (qualquer que seja a cor): Planta aplicada em obrigações de cabeça, ebori e banhos dos filhos. O povo indica suas raízes como adstringente e narcóticas, mas lavadas, debelam a disenteria e, as flores, as úlceras e leucorréia.
Maravilha: Utilizada nas obrigações de ori relativas a Oyá ebori, lavagem de contas e feitura de santo. Não entra nos abô a serem tomados por via oral. O povo a indica para eliminar leucorreia (corrimentos), hidropisia, males do fígado, afecções hepáticas e cólicas abdominais.

LENDA DE OMOLÚ



DIA: Segunda-feira
CORES: Preto, branco e vermelho.
SÍMBOLOS: Xaxará ou Íleo, lança de madeira, lagidibá.
ELEMENTOS: Terra e fogo do interior da Terra.
DOMÍNIOS: Doenças epidémicas, cura de doenças, saúde, vida e morte.
SAUDAÇÃO: Atotoó!!!

Omolú é a Terra! Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.
È preciso esclarecer, no em tanto, que Omolú está ligado ao interior da terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento, como comprovam os vulcões em erupção, domina as camadas mais profundas do planeta.
Toda a reflexão em torno de Omolú ocorreu colocando-o como um orixá ligado à terra, o que é correcto, mas não deixa de ser um erro desconsiderar a sua relação com o fogo do interior da terra, com as lavas vulcânicas, como os gases etc. o que pode ser mais devastador que o fogo? Só as epidemias, as febres, as convulsões lançadas por Omolú!
Orixá cercado de mistérios, Omolú é um deus de origem incerta, pois em muitas regiões da África eram cultuados deuses com características e domínios muito próximos aos seus. Omolú seria rei dos Tapas, originário da região de Empé. Em território Mahi, no antigo Daomé, chegou aterrorizando, mas o povo do local consultou um babalaô que lhes ensinou como acalmar o terrível orixá. Fizeram então oferendas de pipocas, que o acalmaram e o contentaram. Omolú construiu um palácio em território Mahi, onde passou a residir e a reinar como soberano, porém não deixou de ser saudado como Rei de Nupê em pais Empê (Kábíyèsí Olútápà Lempé).
As pipocas, ou melhor, deburu, são as oferendas predilectas do orixá Omolú; um deus poderoso, guerreiro, caçador, destruidor e implacável, mas que se torna tranquilo quando recebe sua oferenda preferida.
Em África são muitos os nomes de Omolú, que variam conforme a região. Entre os Tapas era conhecido Xapanã (Sànpònná); entre os Fon era chamado de Sapata-Ainon,que significa ‘Dono da Terra’; já os Iorubás o chamam Obaluaiê e Omolú.
Omolú nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado pela sua mãe, Nanã Buruku, na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves ferimentos na sua pele. Iemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) não porque escondia as marcas de sua doença, como muitos pensam, mas porque se tornou um ser de brilho tão intenso quanto o próprio sol. Por essa passagem, o caranguejo e a banana-prata tornaram-se os maiores ewò de Obaluaiê.
O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar directamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte.
O aze guarda mistérios terríveis para simples mortais, revela a existência de algo que deve ficar em segredo, revela a existência de interditos que inspiram cuidado medo, algo que só os iniciados no mistério podem saber. Desvendar o aze, a temível máscara de Omolú, seria o mesmo que desvendar os mistérios da morte, pois Omolú venceu a morte. Debaixo da palha-da-costa, Obaluaiê guarda os segredos da morte e do renascimento, que só podem ser compartilhados entre o iniciados.
A relação de Omolú com a morte dá-se pelo facto de ele ser a terra, que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida. O homem nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se forte diante do mundo, mas continua frágil diante de Omolú, que pode devorá-lo a qualquer momento, pois Omolú é a terra, que vai consumir o corpo do homem por ocasião da sua morte.
Obaluaiê andou por todos os cantos de África, muito antes, inclusive, de surgirem algumas civilizações. Do ponto de vista histórico, Omolú é a idade anterior à Idade dos Metais, peregrinou por todos os lugares do mundo, conheceu todas as dores do mundo, superou todas. Por isso Omolú se tornou médico, o médico dos pobres, pois, muito antes da ciência, salvava a vida dos necessitados; durante a escravidão, só não pôde superar a crueldade dos senhores, mas de doenças livrou muitos negros e até hoje muitos pobres só podem recorrer a Omolú que nunca lhes falta.
Características dos filhos de Obaluaiê/Omolú
Os filhos de Omolú são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim.
Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais optimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice.
Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planearam. Não são do tipo que levam desaforo para casa e se se sentirem ofendidos respondem no acto, não importa a quem. Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.
Podem apresentar doenças de pele, marcas no rosto, dores e outros problemas nas pernas. São pessoas sem muito brilho, sem muita beleza. São perversos e adoram irritar as pessoas; são lentos, exigentes e reclamam de tudo.
São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Omolú são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestáveis e trabalhadores. São amigos de verdade.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ERVAS DE SANTOS 1º PARTE


Ervas de Exu
Amendoeira: Seus galhos são usados nos locais em que o homem exerce suas actividades lucrativas. Na medicina caseira, seus frutos são comestíveis, porém em grandes quantidades causam diarreia de sangue. Das sementes fabrica-se o óleo de amêndoas, muito usado para fazer sabonetes por ter efeitos emolientes, além de amaciar a pele.
Amoreira: Planta que armazena fluidos negativos e os solta ao entardecer; é usada pelos sacerdotes no culto a Eguns. Na medicina caseira, é usada para debelar as inflamações da boca e garganta.
Angelim – amargoso: Muito usado em marcenaria, por tratar-se de madeira de lei. Nos rituais, suas folhas e flores são utilizadas nos abô dos filhos de Nanã, e as cascas são utilizadas em banhos fortes com a finalidade de destruir os fluidos negativos que possa haver, realizando um excelente descarrego nos filhos de Exu. A medicina caseira indica o pó de suas sementes contra vermes. Mas cuidado! Deve ser usada em doses pequenas.
Aroeira: Nos terreiros de Candomblé este vegetal pertence a Exu e tem aplicação nas obrigações de cabeça, nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas purificações de pedras. É usada como adstringente na medicina caseira, apressa a cura de feridas e úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho genital. Também é de grande eficácia nas lavagens genitais.
Arrebenta Cavalo: No uso ritualístico esta erva é empregada em banhos fortes do pescoço para baixo, em hora aberta. É também usado em magias para atrair simpatia. Não é usada na medicina caseira.
Arruda: Planta aromática usada nos rituais porque Exu a indica contra maus fluidos e olho-grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos bori, banhos de limpeza ou descarrego, o que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver realmente carregado a arruda morre. Ela é também usada como amuleto para proteger do mau-olhado. Seu uso restringe-se à Umbanda. Em seu uso caseiro é aplicada contra a verminose e reumatismos, além de seu sumo curar feridas.
Avelós – Figueira-do-diabo: Seu uso se restringe a purificação das pedras do orixá antes de serem levadas ao assentamento; é usada socada. A medicina caseira indica esta erva para combater úlceras e resolver tumores.
Azevinho: Muito utilizada na magia branca ou negra, ela é empregada nos pactos com entidades. Não é usada na medicina popular.
Bardana: Aplicada nos banhos fortes, para livrar o sacerdote das ondas negativas e eguns. O povo utiliza sua raiz cozida no tratamento de sarnas, tumores e doenças venéreas.
Beladona: Nas cerimónias litúrgicas só tem emprego nos sacudimentos domiciliares ou de locais onde o homem exerça actividades lucrativas. Trabalhos feitos com os galhos desta planta também provocam grande poder de atracção. Pouco usada pelo povo devido ao alto princípio activo que nela existe. Este princípio dilata a pupila e diminui as secreções sudorais, salivares, pancreáticas e lácteas.
Beldroega: Usada na purificação das pedras de Exu. O povo utiliza suas folhas, socadas, para apressar cicatrizações de feridas.
Brinco-de-princesa: É planta sagrada de Exu. Seu uso se restringe a banhos fortes para proteger os filhos deste orixá. Não possui uso popular.
Cabeça-de-nego: No ritual a rama é empregada nos banhos de limpeza e o bolbo nos banhos fortes de descarrego. Esta batata combate reumatismo, menstruações difíceis, flores brancas e inflamações vaginais e uterinas.
Cajueiro: Suas folhas são utilizadas pelo axogun para o sacrifício ritual de animais quadrúpedes. Em seu uso caseiro, ele combate corrimentos e flores brancas. Põe fim a diabetes. Cozinhar as cascas em um litro e meio de água por cinco minutos e depois fazer gargarejos põe fim ao mau hálito.
Cana-de-açúcar: Suas folhas secas e bagaços são usados em defumações para purificar o ambiente antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa defumação destrói eguns. Não possui uso na medicina caseira.
Cardo-santo: Essa planta afugenta os males, propicia o aparecimento do perdido e faz cair os vermes do corpo dos animais. Na medicina caseira suas folhas são empregadas em oftalmias crónicas, enquanto as raízes e hastes são empregadas contra inflamações da bexiga.
Catingueira: É muito empregada nos banhos de descarrego. Seu sumo serve para fazer a purificação das pedras. Entretanto, não deve fazer parte do axé de Exu onde se depositam pequenos pedaços dos axé das aves ou bichos de quatro patas. Na medicina caseira ela é indicada para menstruações difíceis.
Cebola-cencém: Essa cebola é de Exu e nos rituais seu bolbo é usado para os sacudimentos domiciliares. É empregada da seguinte maneira: corta-se a cebola em pedaços miúdos e, sob os cânticos de Exu, espalha-se pelos cantos dos cómodos e em baixo dos móveis; a seguir, entoe o canto de Ogum e despache para Exu. Este trabalho auxilia na descoberta de falsidades e objectos perdidos. O povo utiliza suas folhas cozidas como emoliente.
Cunanã: Seu uso restringe-se aos banhos de descarrego e limpeza. Substituiu em parte, os sacrifícios a Exu. A medicina caseira indica os galhos novos desta planta para curar úlceras.
Erva-preá: Empregada nos banhos de limpeza descarrega sacudimentos pessoais e domiciliares. O povo usa o chá desta erva como aromatizante e excitante. Banhos quentes deste chá melhoram as dores nas articulações, causadas pelo artritismo.
Facheiro-Preto: Aplicada somente nos banhos fortes de limpeza e descarrego. Na medicina caseira, ela é utilizada nas afecções renais e nas diarreias.
Fedegoso Crista-de-galo: Esta erva é utilizada em banhos fortes, de descarrego, pois é eficaz na destruição de Eguns e causadores de enfermidades e doenças. Seus galhos envolvem os ebó de defesa. Com flores e sementes desta planta é feito um pó, o qual é aplicado sobre as pessoas e em locais; é denominado “o pó que faz bem”. Na medicina caseira actua com excelente regulador feminino. Além de agir com grande eficácia sobre erisipelas e males do fígado. É usada pelo povo, fazendo o chá com toda erva e bebendo a cada duas horas uma xícara.
Fedegoso: Misturada a outras ervas pertencentes a Exu, o fedegoso realiza os sacudimentos domiciliares. É de grande utilidade para limpar o solo onde foram riscados os pontos de Exu e locais de despacho pertencentes ao deus da liberdade.
Figo Benjamim: Erva usada na purificação de pedras ou ferramentas e na preparação do fetiche de Exu. É empregada também em banhos fortes nas pessoas obsidianas. No uso popular, suas folhas são cozidas para tratar feridas rebeldes e debelar o reumatismo.
Figo do Inferno: Somente as folhas pertencentes a este vegetal são de Exu. Na liturgia, ela é o ponto de concentração de Exu. Não possui uso na medicina popular.
Folha da Fortuna: É empregada em todas as obrigações de cabeça, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abôs de quaisquer filhos-de-santo. Na medicina caseira é consagrada por sua eficácia, curando cortes, acelerando a cura nas cicatrizações, contusões e escoriações, usando as folhas socadas sobre os ferimentos. O suco desta erva puro ou misturado ao leite, ameniza as consequências de tombos e quedas.
Juá – Juazeiro: É usada para complementar banho forte e raramente está incluída nos banhos de limpeza e descarrego. Seus galhos são usados para cobrir o ebó de defesa. A medicina caseira a indica nas doenças do peito, nos ferimentos e contusões, aplicando as cascas, por natureza, amargas.
Jurema Preta: Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, a Jurema Preta é usada nos banhos de descarrego e nos ebó de defesa. O povo a indica no combate a úlceras e cancros, usando o chá das cascas.
Jurubeba: Utilizada em banhos preparatórios de filhos recolhidos ao ariaxé. Na medicina caseira, o chá de suas folhas e frutos propiciam um melhor funcionamento do baço e fígado. É poderoso desobstruíste e tónico, além de prevenir e debelar hepatites. Banho de assentos mornos com essa erva propiciam melhores às articulações das pernas.
Lanterna Chinesa: Utilizada em banhos fortes para descarregar os filhos atacados por eguns. Suas flores enfeitam a casa de Exu. Popularmente, é usada como adstringente e a infusão das flores é indicada para inflamação dos olhos.
Laranjeira do Mato: Seu uso se restringe a banhos fortes, de limpeza e descarrego. Na medicina caseira ela actua com grande eficácia sobre as cólicas abdominais e também menstruais.
Mamão Bravo: Planta utilizada nos banhos de limpeza descarrega e nos banhos fortes. Além de ser muito empregada nos ebó de defesa, sendo substituída de três em três dias, porque o orixá exige que a erva esteja sempre nova. O povo a utiliza para curar feridas.
Maminha de Porca: Somente seus galhos são usados no ritual e em sacudimentos domiciliares. O povo a indica como restaurador orgânico e tonificador do organismo. Sua casca cozida tem grande eficácia sobre as mordeduras de cobra.
Mamona: Suas folhas servem como recipiente para arriar o ebó de Exu. Suas sementes socadas vão servir para purificar o otá de Exu. Não tem uso na medicina popular.
Mangue Cebola: No ritual, a cebola é usada nos sacudimentos domiciliares. Corte a cebola em pedaços miúdos e, entoando em voz alta o canto de Exu, a espalhe pela casa, nos cantos e sob os móveis. Na medicina caseira, a cebola do mangue esmagada cura feridas rebeldes.
Mangueira: É aplicada nos banhos fortes e nas obrigações de ori, misturada com aroeira, pinhão-roxo, cajueiro e vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo. Ao terminar, vista uma roupa limpa. As folhas servem para cobrir o terreiro em dias de abaçá. Na medicina caseira é indicada para debelar diarreias rebeldes e asma. O cozimento das folhas, em lavagens vaginais, põe fim ao corrimento.
Manjerioba: Utilizada nos banhos fortes, nos descarregos, nas limpezas pessoais e domiciliares e nos sacudimentos pessoais, sempre do pescoço para baixo. O povo a indica como regulador menstrual, beneficiando os órgãos genitais. Utiliza-se o chá em cozimento.
Maria Mole: Aplicada nos banhos de limpeza e descarrego, muito procurada para sacudimentos domiciliares. O povo a indica em cozimento nas dispepsias e como excelente adstringente.
Mata Cabras: Muito utilizado para afugentar eguns e destruir larvas astrais. As pessoas que a usam não devem tocá-la sem cobrir as mãos com pano ou papel, para depois despachá-la na encruzilhada. O povo indica o cozimento de suas folhas e caules para tirar dores dos pés e pernas, com banho morno.
Mata Pasto: Seus galhos são muito utilizados nos banhos de limpeza, descarrego, nos sacudimentos pessoais e domiciliares. O povo a indica contra febres malignas e incómodos digestivos.
Mussambê de Cinco Folhas: Obs.: Sejam eles de sete, cinco, ou três folhas, todos possuem o mesmo efeito, tanto nos trabalhos rituais, quanto na medicina caseira. Esta erva é utilizada por seus efeitos positivos e por serem bem aceitas por Exu no ritual de boas vindas. Na medicina caseira é excelente para curar feridas.
-Ora-pro-nobis: É erva integrante do banho forte. Usada nos banhos de descarrego e limpeza. É destruidora de eguns e larvas negativas, além de entrar nos assentamentos dos mensageiros Exus. No uso caseiro, suas folhas actuam como emolientes.
-Palmeira Africana: Suas folhas são aplicadas nos banhos de descarrego ou de limpeza. Não possui uso na medicina caseira.
-Pau-d’alho: Os galhos dessa erva são utilizados nos sacudimentos domiciliares e em banhos fortes, feitos nas encruzilhadas, misturadas com aroeira, pinhão branco ou roxo. Na encruzilhada em que tomar o banho, arreie um mi-ami-ami, oferecido a Exu, de preferência em uma encruzilhada tranquila. Na medicina caseira ela é usada para exterminar abcessos e tumores. Usa-se socando bem as folhas e colocando-as sobre os tumores. O cozimento de suas folhas, em banhos quentes e demorados, é excelente para o reumatismo e hemorróidas.
-Picão da Praia: Não possui uso ritualístico. A medicina caseira o indica como diurético e de grande eficácia nos males da bexiga. Para isso utilize-o sob a forma de chá.
-Pimenta Darda: Aplicada em banhos fortes e nos assentamentos de Exu. Na medicina caseira, suas sementes em infusão são anti-helmínticas, destruindo até ameba.
-Pinhão Branco: Aplicada em banhos fortes misturadas com aroeira. Esta planta possui o grande valor de quebrar encantos e em algumas ocasiões substitui o sacrifício de Exu. Suas sementes são usadas pelo povo como purgativo. O leite encontrado por dentro dos galhos é de grande eficácia colocado sobre a erisipela. Porém, deve-se Ter cuidado, pois esse leite contém uma terrível nódoa que inutiliza as roupas.
-Pinhão Coral: Erva integrante nos banhos fortes e usadas nos de limpeza e descarrego e nos ebó de defesa. Na medicina caseira o pinhão coral trata feridas rebeldes e úlceras malignas.
-Pinhão Roxo: No ritual tem as mesmas aplicações descritas para o pinhão branco. É poderoso nos banhos de limpeza e descarrego, e também nos sacudimentos domiciliares, usando-se os galhos. Não possui uso na medicina popular.
-Pixirica – Tapixirica: No ritual faz parte do axé de Exu e Egun. Dela se faz um excelente pó de mudança que propicia a solução de problemas. O pó feito de suas folhas é usado na magia maléfica. Na medicina caseira ela é indicada para as palpitações do coração, para a melhoria do aparelho genital feminino e nas doenças das vias urinárias.
-Quixambeira: É aplicada em banhos de descarrego e limpeza para a destruição de eguns e ao pé desta planta são arriadas obrigações a Exu e a Egun. Na medicina caseira, com suas cascas em cozimento, actua como energético adstringente. Lavando as feridas, ela apressa a cicatrização.
-Tajujá – Tayuya: É usada em banhos fortes, de limpeza ou descarrego. A rama do tajujá é utilizada para circundar o ebó de defesa. O povo a indica como forte purgativo.
-Tamiaranga: É destinada aos banhos fortes, banhos de descarrego e limpeza. É usada nos ebó de defesa. O povo a indica para tratar úlceras e feridas malignas.
-Tintureira: Utilizada nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. Bem próximo ao seu tronco são arriadas as obrigações destinadas a Exu. O povo utiliza o cozimento de suas folhas como um energético desinflamatório.
-Tiririca: Esta plantinha de escasso crescimento apresenta umas pequeninas batatas aromáticas. Estas são levadas ao fogo e, em seguida, reduzida a pó, o qual funciona como pó de mudança no ritual. Serve para desocupar casas e, colocadas em baixo da língua, desodoriza o hálito e afasta eguns.
-Urtiga-branca: É empregada nos banhos fortes, nos de descarrego e limpeza e nos ebó de defesa. Faz parte nos assentamentos. O povo a indica contra as hemorragias pulmonares e brônquicas.
-Urtiga Vermelha: Participa em quase todas as preparações do ritual, pois entra nos banhos fortes, de descarrego e limpeza. É axé dos assentamentos de Exu e utilizada nos ebó de defesa. Esta planta socada e reduzida a pó, produz um pó benfazejo. O povo indica o cozimento das raízes e folhas em chá como diurético.
-Vassourinha de Botão: Muito empregada nos sacudimentos pessoais e domiciliares. Não possui uso na medicina popular.
-Vassourinha de Relógio: Ela somente participa nos sacudimentos domiciliares. Não possui uso na medicina caseira.
-Xiquexique: Participa nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. São axé nos assentamentos de Exu e circundam os ebó de defesa. O povo indica esta erva para os males dos rins.

Qualidades de Santos (Orixás). 3ª Parte

Dando continuidade as multiplicidades dos òrìsà, vamos prosseguir com o òrìsà Ogún, Òsòósí e Ode lembrando que nem todos caçadores tomaram o titulo de Òsòósí e, na África, Òsòósí em certas regiões é feminino tomando o aspecto masculino no antigo reino de Ketu. Ode que dizer caçador, porém, nem todos Ode's são Òsòósí; Ijibu Ode, Ikija, Agbeokuta, são alguns lugares onde houve seu culto, pois seu culto, expandiu-se mesmo aqui no Brasil onde ele é lembrado como rei de Ketu, Ogún em outro aspecto foi chefe dos caçadores (Olode) entregando essa função mais tarde para seu irmão caçula Òsòósí para partir em buscas de suas inúmeras batalhas. Já em certas mitologias o caçador passa a ser sua esposa Òsòósí L`Obirin Ogun, ou seja, Òsòósí é a esposa de Ogún, segundo o verso desse mito. Isso afirma o chamado enredo de santo aqui no Brasil quando se diz que para assentar Òsòósí temos que assentar Ogún e vice versa. Era costume africano quando os caçadores tinham que partir em busca de suas presas, louvarem Ogún para que tudo desse certo, de òrìsà secundário na África Òsòósí, passou a uma condição importantíssima no Brasil sendo òrìsà patrono da nação Keto, senhor absoluto da cerimônia fúnebre do asesé, alguns cânticos fazem alusão a essa condição: Ode lo bi wa, ou seja, o caçador nos trouxe ao mundo. Eis alguns nomes de Ogún/Òsòósí/Ode conhecidos, sobretudo no Brasil e seus aspectos, características, origem e particularidades:Ogún Olode: epíteto do òrìsà destacando sua condição de chefe dos caçadores.Ogún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido: um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães como oferendas, um de seus mitos o liga a Osagìyán e Ìyémojá quanto a sua origem e como ele ajudou Osalá em seu reino fazendo ambos um trato.Ogún Meje: aspecto do òrìsà lembrando sua realização em conquistar a sétima aldeia que se chamava Ire (Meje Ire) deixando em seu lugar seu filho Adahunsi.Ogun Waris: nessa condição o òrìsà se apresenta muitas vezes com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos a louvação patakori não lhe cabe, ao invés de agradá-lo ele se aborrece. Um de seus mitos narram que ele ficou momentaneamente cego.Ogún Onire: Quando passou a reinar em Ire, Oni = senhor, Ire = aldeia.Ogún Masa: Um dos nomes bastante comum do òrìsà, segundo os antigos é um aspecto benéfico do òrìsà quando assim ele se apresenta.Ogun Soroke: apenas um apelido que Ogún ganhou devido a sua condição extrovertida, soro = falar, ke= mais alto. Nossa historia registra o porque o chamam assim.Ogún Alagbede: nesse aspecto o òrìsà assume o papel de pai do caçador e esposo de Ìyémojá Ogunte (uma outra versão de Ìyémojá) segundo um de seus inúmeros mitos.Há vários nomes de Ogún fazendo alusão a cidade onde houve seu culto como Ogún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O òrìsà possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha suas particularidades e costumes

LENDA DE OXOSSI



DIA: Quinta-feira
COR: Azul-Turquesa
SÍMBOLOS: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré
ELEMNTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)
DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura
SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!

Oxóssi (Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé.
Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.
Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido.
A colecta e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.
Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição.
Em África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de salvar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião. Oxóssi também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi.
Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.
Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.
A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore.
A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou orixá.
Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.
Características dos filhos de Oxóssi
Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão quando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são, de forma alguma, pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si.
São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, seleccionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre.
São do tipo que ouve conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas sempre faz o que quer. Com estratégia, acabam por fazer prevalecer a sua opinião e agradando a todos.
Altos e magros, os filhos de Oxóssi possuem facilidade para se mover, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer.
Os filhos de Oxóssi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo que se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestativos, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.

domingo, 20 de setembro de 2009

Qualidades de Santos (Orixás). 2ª parte

Na edição passada estava abordando o tema sobre a multiplicidade dos orisa. Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes. Já sabemos que os orisa são venerados com outros nomes em regiões diferentes como: Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), isso torna o culto diferente. Temos também o segundo nome designando seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orisa com outros nomes referentes as suas realizações como Ogun Mejeje refere-se as lutas contra as 7 cidades antes dele invadir Ire, Iya Ori a versão de Iyemanja como dona das cabeças, etc. Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orisas aqui no Brasil.Vamos começar com Esu o primogênito orisa criado por Olorun de matéria do planeta segundo sua mitologia, ele possui a função de executor, observador, mensageiro, líder, etc. Alem dos nomes citados aqui que são epítetos e nomes de cidades onde há seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento de seu assentamento, ritual especifico e odu do dia. Não será escrito na grafia Yoruba para melhor entendimento do leitor.Oba Iangui : o primeiro, foi dividido em varias partes segundo seus mito.Agba: o ancestral, epíteto referente a sua antiguidade.Alaketu: cultuado na cidade de ketu onde foi o primeiro senhor de ketu.Ikoto: faz referencia ao elemento ikoto que é usado nos assentos esse objeto lembra o movimento que esu faz quando se move do jeito de um furacão.Odara: fase benéfica quando ele não está transitando caoticamente.Oduso: quando faz a função de guardião do jogo de búzios.Igbaketa: o terceiro elemento, faz alusão ao domínios do orita e ao sistema divinatório.Akesan: quando exerce domínios sobre os comércios.Jelu: nessa fase ele regula o crescimento dos seres diferenciados. Culto em Ijelu.Ina: quando e invocado na cerimônia do ipade regulamentando o ritual.Onan: referencia aos bons caminhos, a maioria dos terreiros o tem, seu fundamento reza que não pode ser comprado nem ganhado e sim achado por acaso.Ojise: com essa invocação ele fará sua função de mensageiro.Eleru: transportador dos carregos rituais onde possui total domínio.Elebo: possui as mesmas atribuições com caracterizações diferentes.Ajonan: tinha seu culto forte na antiga região Ijesa.Maleke: o mesmo citado acima.Lodo: senhor dos rios, função delicada dado a conflitos de elementosLoko: como ele é assexuado nessa fase tende ao masculino simbolizando virilidade e procriação.Oguiri Oko: ligado aos caçadores e ao culto de Orumila-Ifa.Enugbarijo: nessa forma esu passa a falar em nome de todos os orisas.Agbo: o guardião do sistema divinatório de Orumila.Eledu: estabelece seu poder sobre as cinzas, carvão e tudo que foi petrificado.Olobe: domina a faca e objetos de corte é comum assenta-lo para pessoas que possuem posto de Asogun.Woro: vem da cidade do mesmo nome.Marabo: aspecto de esu onde cumpre o papel de protetor Ma=verdadeiramente, Ra=envolver, bo=guardião. Também chamado de Barabo= esu da proteção, não confundi-lo com seu marabo da religião Umbandista.Soroke: apenas um apelido, pois a palavra significa em português aquele que fala mais alto, portanto qualquer orisa pode ser soroke.

LENDA DE OGUM


DIA: Terça-Feira
CORES: Verde ou Azul-escuro, Vermelho (algumas qualidades)
SÍMBOLOS: Bigorna, Faca, Pá, Enxada e outras ferramentas
ELEMENTOS: Terra (florestas e estradas) e Fogo
DOMÍNIOS: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia
SAUDAÇÃO: Ògún ieé!!
Ogum (Ògún) é o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protector do ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins.
Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a África negra pelo seu carácter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum.
Entre os muitos Estados conquistados por Ogum estava a cidade de Iré, da qual se tornou senhor após matar o rei e substituí-lo pelo seu, próprio filho, regressando glorioso com o título de Oníìré, ou seja, Rei de Iré.
Não é por acaso, portanto, que nas orações dedicadas a Ogum o medo fica tão evidente e a piedade é um pedido constante, pois como diz uma das suas cantigas:
Ògún pá lélé páÒgún pá ojaréÒgún pá, ejé páAkoró ojaré.
Ogum mata com violênciaOgum mata com razãoOgum mata e destrói completamente.
Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um orixá importantíssimo em África e no Brasil. A sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.
Em todos os cantos da África negra Ogum é conhecido, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura. Matou muita gente, mas matou a fome de muita gente, por isso antes de ser temido Ogum é amado.
Espada! Eis o braço de Ogum.
Características dos filhos de Ogum
Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem definidas. Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram a dos seus camaradas.
Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois possuem dificuldade de se fixar a uma pessoa ou lugar.
São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir os seus objectivos, são pessoas que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente e vencem.
Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas nem sempre.
Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.

domingo, 13 de setembro de 2009

LENDA DE EXÚ



DIA: Segunda-feira.
CORES: Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.
SÍMBOLOS: Ogó de forma fálica, falo erecto.
ELEMENTOS: Terra e fogo.
DOMÍNIOS Sexo, magia, união, poder e transformação.
SAUDAÇÃO Laroié!

Exu (Èsù) é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.

Muitas são as confusões e equívocos relacionados com Exu, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.

O maniqueísmo, próprio das grandes religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a Exu. A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu quotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.

Exu é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores.
Exu é a figura mais importante da cultura iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.
Exu é o dono do mercado, o seu guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com venda devem agradar a Exu. As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem sempre o primeiro bolinho a Exu, atirando-o à rua, não só para vender bem, mas também par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, para que Exu seja de facto um guardião e proteja o seu negócio.

É importante ressaltar que Exu não tem amigos nem inimigos. Exu protege sempre aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores.
Exu foi a primeira forma dotada de existência individual. Não se sabe ao certo a sua região de origem em África, pois em todos os reinos se presta culto a Exu. Sabe-se, no entanto, que chegou a ser rei de Kêtu. Exu renasceu várias vezes e a sua história revela que é filho de Orunmilá ou de Oxum, dependendo do momento em que renasce.

Características dos filhos de Exu:

Os filhos de Exu são alegres, sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos, espertos, inteligentes, atentos. Sabem como ninguém ser sociáveis e diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter o maior número possível de amigos.

Rapidamente, os filhos de Exu se tornam pessoas populares, amadas por uns, odiadas por outros. Extremamente dinâmicos, os filhos deste orixá não se desanimam nunca, mantêm sempre a certeza de que as coisas, mais cedo ou mais tarde, acabam por mudar a seu favor.
Pessoas com impressionante facilidade de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem. Irónicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores. São pessoas extremamente rápidas, que não pensam: fazem.
Os filhos de Exu possuem uma facilidade impressionante para entrar e sair de confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as consequências. Esquecem facilmente as ofensas, não guardam rancor, mas não perdem a oportunidade de se vingar. Gostam da rua, das festas e das conversas intermináveis, comportamento próprio de um orixá que é só alegria.

A HISTORIA DOS ORIXAS INTRODUÇÃO



A PARTIR DE HOJE DIVULGAREI SEMANALMENTE AS HISTORIA DOS ORIXAS UM A UM PARA QUE TODOS CONHEÇAM AINDA MAIS SUAS LENDAS.

INTRODUÇÃO:

Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.

Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.

Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.

No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.
Apresento a seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados. Recordo no entanto que existem diversas correntes no Candomblé e por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.

As descrições de cada um dos Orixás são baseadas na obra:Candomblé. A panela do segredo – Pai Cido de Osun Eyin – 2000

Qualidades de Santos (Orixás) 1ª Parte

Qualidades de Santos (Orixás) 1ª Parte

Na mira do caçador: Existe sem duvida no Brasil uma questão muito polemica sobre as multiplicidades dos orisas chamada por todos de qualidade de santo. Essa questão será esclarecida nessa coluna exaustivamente para que todos possam ter acesso. Primeiro na África fica mais fácil o entendimento porque não há qualidade de santo; ou seja, em cada região cultua-se um determinado orisa que é considerado ancestral dessa região e, alguns orisas por sua importância acaba sendo conhecido em vários lugares como é o caso de Sàngó, Orumila, etc. é de se saber que Esu é cultuado em todo território africano. Vejam bem: Osun da cidade de Osogbo é Osun Osogbo, da região de Iponda é a Osun de Iponda, Ogún da região de ire é Ogún de Ire (Onire: chefe de ire), do estado de Ondo é Ogún de Ondo,etc. Na época do tráfico de escravos veio para o Brasil diversas etnias Ijesas, Oyos, Ibos, Ketus,etc e cada qual trouxe seus costumes juntos com seus orisas digamos particulares, e após a mistura dessas tribos e troca de informações entre eles cada sacerdote ou quem entendia de um determinado orisa trocaram fundamentos e a partir daí surge as qualidades, e essa quantidade de orisa presente aqui no Brasil, sendo que o orisa é o mesmo com origens diferenciadas. É claro que por ter origens diferenciadas seus cultos possuem particularidades religiosas e até mesmo culturais por exemplo Oyá Petu tem seus fundamentos assim como Oyá Tope terá o seu, isso nada mais é, que uma passagem do mesmo orisa por diversos lugares e cada povo passou a cultuá-lo de acordo com seus próprios costumes. Um exemplo mais nítido é que aqui fazemos muitos pratos para Osun com feijão fradinho, entretanto num determinado país não há esse feijão portanto foi substituído por um grão semelhante e assim puderam continuar com o culto a Osun sem a preocupação de importar o feijão fradinho. Outro exemplo de orisa transformado em qualidade no Brasil é Osun kare, Kare é uma louvação à Osun quando se diz: Kare o Osun! A palavra kare também é uma espécie de bairro na África, logo Osun cultuada em kare é Osun kare, e por vai surgindo desordenadamente essa quantidade de orisa aqui no Brasil. Imagine um rio que atravessa todo território Nigeriano e, em suas margens diversas etnias que num determinado local algumas pessoas diria que ali é a morada de Osun Ijimu (cidade de Ijumu na região dos Ijesa), mais para frente em Iponda diria aqui é a morada de Osun Iponda, mais para frente, em Ede esse rio terá o culto de Ologun Ede, o chefe de guerra de Ede segundo sua mitologia, e serão diversos orisas cultuados num mesmo rio por diversas etnias com pequenas particularidades. Isso acontece com todos orisas e suas mitologias fazem alusão a essas passagens e constantes peregrinação de seus sacerdotes quer por viajens comercias ou por guerras intertribais sempre espalharam seus orisas em outras regiões. Outro fato interessante é títulos que algumas divindades possuem e foram transformadas em qualidades, por exemplo Ossosi akeran, akeran é um titulo de um determinado caçador (ancestral) com isso vamos na próxima edição analisar esses fatos e informar todas qualidades de orisa da nação keto que o sacerdote pode ou não mexer de acordo com o conhecimento de cada um, pois o nosso dever é informar sem a pretensão de nunca ser o dono da verdade Na próxima edição vamos diferenciar, títulos de nomes de cidades, nomes tirados de cânticos que as pessoas insistem em dizer que é qualidade de orisa

JOGO DE ODUS


Ifá, o senhor da adivinhação no Candomblé Afro-brasileiro, indica os caminhos para você alcançarriqueza, amor, saúde e evolução espiritual


No momento em que um recém-nascido respira pela primeira vez, todas as energias do universo material e imaterial se ligam ao seu corpo.
Forma-se neste instante, um padrão de energias divinas, astrais e numerologias que é único para cada indivíduo. Nessa hora, a pessoa tem traçado o seu odu termo que, no Candomblé, significa caminho ou destino.
A informação é do babalorixá Ângelo d´Osayin, presidente do Centro de Estudos Afro-Brasileiros. Ele explica que os Odus constituem os signos do Ifá, o deus da adivinhação no Candomblé. Os odus são a linguagem dos Orixás, conta Ângelo. Quando o babalaô, o sacerdote de Ifá, lança os búzios no tabuleiro, cada configuração corresponde à um odu diferente, regido por determinado Orixá ou grupo de Orixás.
Existem dezesseis odus básicos, que podem ser associados à data de nascimento da pessoa. E cada pessoa tem cinco odus; quatro referentes à sua vida material e um referente ao seu caminho espiritual. O jogo de búzios é a forma ritual, sagrada, de descobrir os odus de uma pessoa, mas também é possível conhecê-los recorrendo à numerologia.
De um modo ou de outro, esse conhecimento é muito importante, pois os odus sintetizam o potencial de cada indivíduo, seus talentos e suas limitações. Os odus encorajam e advertem, conta Ângelo. Eles indicam traços fortes e pontos vulneráveis. Conhecendo-os, podemos lidar melhor com eles e viver bem. Pois o odu, o caminho espiritual, não pode ser trocado, mas pode ser lapidado.
Veja a seguir, como calcular os signos dos Orixás correspondentes à sua vida material e ao seu percurso espiritual, para que você possa trilhar com segurança o caminho da prosperidade, a saúde, a realização sexual e afetiva e o equilíbrio interior.
Como calcular
Para conhecer seus odus, tome como ponto de partida a data do seu nascimento. Trace num papel quatro linhas horizontais cortadas no centro por uma linha vertical. Essa linha vertical vai separar os algarismos em duas colunas: uma à esquerda e outra à direita. Escreva na primeira linha horizontal, usando as duas colunas, o número do dia em que você nasceu.
Se esse número for menor que 10, coloque um zero (0) na coluna da esquerda. Na segunda linha, escreva o número do mês (de 01 à 12). Se esse número for menor que 10, coloque um zero na coluna da esquerda. Na terceira linha, sempre usando ambas as colunas escreva os dois primeiros algarismos do ano em que você nasceu (19). Na quarta linha, usando as duas colunas, escreva os dois últimos algarismos do ano em que você nasceu. Some separadamente os algarismos de cada coluna. E sempre que o resultado ultrapassar 16, o número de odus básico, reduza-o somando os algarismos.
Veja o exemplo abaixo, de uma pessoa nascida em 25 de março de 1962:
1a linha 25 DIA

2a linha 03 mês

3a linha 19 ano

4a linha 62 ano

Soma 9 19

Como 19, o total da segunda coluna, é maior que 16, você deve somar 1+9. Portanto no exemplo, o resultado da coluna da esquerda é 9 e o resultado da coluna da direita é 10.
A seguir desenhe uma cruz e escreva nas pontas dos braços da cruz as palavras Testa, Fronte Direita, Nuca e Fronte Esquerda, conforme o modelo:

Escreva o número correspondente à soma da coluna da direita (10, no exemplo) no ponto referente à TESTA, e o número correspondente à soma da coluna da esquerda (9, no exemplo) no ponto referente à NUCA.

Para encontrar o número correspondente à FRONTE DIREITA, some os dois números já obtidos (9 e 10). O resultado obtido é 19, que reduzido, dá 10 (1+9=10).

Para encontrar o número correspondente à FRONTE ESQUERDA, some os três números já obtidos : 10+9+10 = 29. Como o resultado (29) é superior a 16, o número de odus básicos, reduza-o: 2+9=11.


Para encontrar o número correspondente ao CENTRO DA CABEÇA, some os quatro números já obtidos 10+9+10+11 = 40, que reduzido dá 4 (4+0 = 4).
Escreva o resultado no meio da cruz:

O babalorixá Ângelo d´Osayin esclarece que os odus mais importantes para a orientação da pessoa são os da Testa, que reflete sua vida material, e o do centro da Cabeça, que reflete seu caminho espiritual. Os outros três odus equilibram e harmonizam as energias individuais, complementando as informações dos odus da testa e do centro da cabeça.

MENSAGENS DOS ORIXÁS

1. OKANRAN MEJIRegente: ExuElemento: FogoPessoas com esse ODU são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.

2. EJIOKO MEJIRegente: Ogum com influências dos Ibejis e de ObtaláElemento: ArPessoas com esse ODU são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, seus pontos vulneráveis.

3. ETAOGUNDÁ MEJIRegente: Obaluaê com influência de OgumElemento: TerraPessoas com esse ODU em geral vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas atividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, estão propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença. Seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.

4. IROSSUN MEJIRegente: Oxossi com influência de Xangô, Iemanjá, Iansã e EgumElemento: TerraPessoas com esse ODU são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois seu ponto vulnerável é o estomago.

5. OXÊ MEJIRegente: Oxum com influências de Iemanjá e OmuluElemento: ÁguaPessoas com esse ODU têm mão de magia, força e proteção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e se destacam em qualquer atividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência a se vingar quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.

6. OBARÁ MEJIRegente: Xangô com influências de Exu, Iansã, Oxossi. Oçanhe e LogunedêElemento: FogoPessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.

7. ODI MEJIRegente: Obaluaê com influências de Exu, Oxalufam e OxumarêElemento: TerraPessoas com esse ODU são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a não concluir muitos dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.

8. EJONILÊ MEJIRegente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e OxossiElemento: ArPessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.

9. OSSÁ MEJIRegente: Iemanjá com influências de Xangô, Oçanhe, Oxossi e IansãElemento: ÁguaPessoas com esse ODU são líderes natas, mas seu autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.

10. OFUN MEJIRegente: Oxalufam com influências de Xangô e OxumElemento: ArPessoas com esse ODU são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o estomago e a pressão arterial.

11. OWRYN MEJIRegente: Iansã com influências de Exu, Oçanhe e EgumElemento: Fogo Pessoas com esse ODU têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé as levam a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam encontrando a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.

12. EJI-LAXEBARÁRegente: Xangô com influências de Logunedê e IemanjáElemento: FogoPessoas com esse ODU têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestativas, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. Seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.

13. EJIOLIGIBAN MEJIRegente: Nanã com influência de ObaluaêElemento: TerraPessoas com esse ODU aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.

14. IKÁ MEJIRegente: Oxumarê com influências de Oçanhe e NanãElemento: ÁguaBelas e sensuais, as pessoas com esse ODU têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e se destacam na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Seu ponto vulnerável são as articulações que podem lhes causar problemas de locomoção.

15. OGBEOGUNDÁ MEJIRegente: Oba com influências de EuaElemento: ÁguaPessoas com esse ODU são valorosas, combativas e imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o que acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.

16. ALÁFIA ONANRegente: IfáElemento: ArCalmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse ODU têm domínio sobre suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.

Pesquisado e extraídoda Revista DESTINOAutora: Lígia Amaral Lima